Associação Amigos da Vila Suévia
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Suábios do Danúbio

A história dos Suábios do Danúbio e de sua identidade cultural se confunde com a história da Alemanha entre outros países da Europa.

 

Suábios do Danúbio

Suábios do Danúbio (Donauschwaben)

A história dos Suábios do Danúbio e de sua identidade cultural se confunde com a história da Alemanha, da Áustria, da Hungria e de outros países do sudeste da Europa, incluindo a ex-Iugoslávia, num período que, no total, abrange desde o século 17 até meados do século 20. De fato, trata-se de uma história bastante extensa e complexa, já que aquele mesmo período histórico representa a própria formação de vários dos países europeus atuais, com guerras, fusões, invasões, imigrações e a redefinição constante de fronteiras. O texto a seguir visa destacar, ao menos, as linhas gerais desta história. De forma alguma tem o presente resumo uma pretensão histórico-científica rigorosa, mas estamos seguros que se trata de um ponto de partida para aqueles que desejam começar a conhecer a identidade cultural dos Suábios do Danúbio.

A inscrição “Donauschwaben”, estampada em letras góticas, significa o nome dos Suábios do Danúbio. Em alemão, “Donau” é o nome do rio Danúbio e “Schwaben” significa Suábio. As duas palavras, escritas juntas, devem ser traduzidas como “Suábios do Danúbio”. A letra gótica é um tipo de grafia característica da cultura germânica, ressaltando a origem alemã dos Suábios.

Os Suábios são um povo de etnia e cultura germânicas que, a partir de 1720, emigrou do sudoeste da Alemanha (hoje estado alemão de Baden-Württemberg) para o sudeste da Europa (ex-Iugoslávia, Romênia e Hungria). Ali, eles permaneceram por cerca de 250 anos. No período das duas grandes guerras, os Suábios do Danúbio fugiram para outros países, inclusive o Brasil, mas principalmente para a Áustria, onde passaram vários anos em abrigos para refugiados.

Brasão dos Suábios

Semper atque semper liberi ac indivisi
Für immer frei und ungeteilt

Para sempre livre e indivisível

O brasão dos suábios do Danúbio é o símbolo de um povo que deixou o sudoeste da Alemanha, por volta de 1720, e partiu para colonizar pela agricultura territórios então conquistados aos turcos em regiões que hoje correspondem à ex-Iugoslávia, Romênia e Hungria.
A águia é um símbolo imperial e suas asas abertas significam a proteção do Império Romano-Germânico em relação a suas fronteiras. A fortaleza de Temeschburg representa a fronteira militar com os turcos. Suas sete torres recordam sete regiões onde os suábios se estabeleceram no sudoeste da Europa (montanhas do sudoeste da Hungria, “Turquia Suábia”, Eslavônia-Syrmia, Batschka, Banat, Satmar e Kreisch-Marosch). O sol era símbolo do Príncipe Eugênio de Savoya (mas também do Cristianismo); a lua, relembra o Islamismo.
A faixa ondulada, que corta o brasão no sentido horizontal, representa o rio Danúbio, como um destino dos suábios – navegando por este rio, a partir principalmente da cidade de Ulm, em barcos apelidados de Ulmer Schachteln (“caixas de Ulm”), os suábios chegaram ao sudoeste da Europa. As faixas diagonais na parte debaixo do brasão indicam as lavouras, ressaltando que os suábios transformaram as regiões de colonização em celeiros agrícolas.
O brasão reproduz a mesma simbologia utilizada pelos suábios do Danúbio em diversos lugares do mundo, em seus jornais, revistas, sites de Internet, ou material promocional.

Suábios do Danúbio na Europa

Os suábios do Danúbio são, de maneira geral, povos de etnia e cultura germânicas que têm sua origem principal no sudoeste e no oeste do território que hoje corresponde à Alemanha. É importante notar que a denominação “suábio” se refere diretamente aos germânicos que habitavam a “Suábia”, uma região que atualmente está inserida no estado alemão de Baden-Württemberg (sudoeste da Alemanha). Já a denominação “suábio do Danúbio” abrange todos os povos germânicos (não só os originários da Suábia) que, principalmente no século 18, imigraram de áreas do sudoeste e do oeste do então Reino Alemão (Deutsches Reich) para o sudeste da Europa (hoje Croácia, Sérvia, Romênia e Hungria, entre outros locais) – a região havia sido reconquistada em guerras contra os otomanos.
O principal período de imigração dos suábios do Danúbio ocorreu a partir de 1720. Naquela época, os imperadores austríacos (da linhagem dos Habsburgos) incentivaram principalmente agricultores a realizarem o povoamento dos territórios conquistados.
Para aqueles locais, além dos suábios propriamente ditos, imigraram pessoas das regiões germânicas da Francônia (Franken), Bavária (Bayern), Alsácia-Lothringen (Elsass-Lothringen), Pfalz, Hessen, Boêmia (Böhmen), Silésia (Schlesien), Vestifália (Westfalen), Suíça (Schweiz) e da própria Áustria.
Os “suábios do Danúbio” se fixaram em dezenas e dezenas de povoamentos, de maior ou menor porte, em locais como Batschka, “Turquia Suábia”, Banat e Sathmar. Ali praticaram a agricultura e mantiveram seus dialetos e suas tradições. Aquelas regiões pertenceram ao Império Áustro-Húngaro (1867 a 1918).
Com o fim da Primeira Guerra Mundial, em 1918, ocorreu um fato peculiar: o Império Áustro-Húngaro se dissolveu e as regiões habitadas pelos suábios do Danúbio, antes sob um mesmo governo, se viram divididas agora pelas fronterias de vários países.

Suábios do Danúbio no mundo…

Muitos Suábios do Danúbio imigraram da Europa para países como Estados Unidos, Canadá, Argentina, Brasil e Austrália. Outros, após deixar o sudeste da Europa, permaneceram na Áustria e na Alemanha, formando em solo europeu um grupo muito unido por laços culturais e históricos, mantendo associações culturais, apoiando revistas suábias e promovendo eventos.

No Brasil, 500 Famílias Suábias foram acolhidas e, viram renascer a esperança de uma nova Pátria, agora na fundação da colônia Entre Rios, no município de Guarapuava, estado do Paraná. O Propósito foi intensificar a cultura do Trigo.

Fonte principal: http://www.stockl.net